FONTE

A flor tingida de lilás cai sobre o asfalto
As unhas dos dedos da mão tingidas de vermelho tocam a música
O leite açucarado tingido de branco é sorvido pela boca
A noite tingida de escuridão toca minha’lma
O boêmio ébrio caminha contemplando seus passos
Um sabiá anuncia o dia
À leste do horizonte Vênus brilha
Inspiro...
O silêncio da madrugada em sinfonia

Respiro...

O silêncio da manhã em harmonia

Leo Jesus, Dezembro/2010.

Imagem: quadro de Van Gogh

Extinto

A mão razão

Desnatura

A mãe natureza

Instinto Humano!

Penso logo existo?

Existo logo penso?

Eco - lógica - mente

A mãe natureza

Desnatura

A mão razão

Instinto ecológico!

Instinto humano extinto!

Extinto humano instinto!

Eco - lógica - mente

Extinto

Leo Jesus, Outubro de 2010.

Gisele De Santi, talento da nova safra musical brasileira

Em um período de intensa produção e divulgação musical em que vivemos atentos à diversos canais de informações e portais sonoros que jorram estilos musicais diversos, surgem muitos cantores, intépretes, compositores e artistas unifacetados de extrema obviedade e também uma pequena e seletiva safra de artistas de extrema originalidade, sensibilidade e dom musical inatos. Nesse exato momento aprecio ao fone de ouvido o trabalho autoral de estréia da cantora e compositora Gisele De Santi. Uma obra de altíssima qualidade, delicadeza e equilíbrio musical. Gisele De Santi possui uma voz de tessitura suave e concisa, afinação impecável e harmonia lapidada com precisão. O álbum é composto de 12 canções que transitam pelo Jazz, Samba, Blues, Pop, Bossa Nova e ritmos sul-americanos. Produzido por Gilberto Ribeiro Jr., co-produzido por Fabricio Gambogi e pós-produzido por Leo Bracht.

A faixa, Chama-me (Fabricio Gambogi/G. De Santi) abre com um "Chamamé" (gênero musical regional do pampa sulista) intimista e convidativo. Morena Branca (G. De Santi) um samba cadenciado de provável influência carioca. Disco Duplo (G. De Santi) ao meu ver uma das principais canções do álbum, uma canção jazzística nostálgica e tranquila. E eu? (G.De Santi) canção sinestésica entre imagens de paisagens naturais e sonoridade oceânica. Bélissima canção. Quinhão (G. De Santi), atmosfera "Blues"com metais fortes e lirismo pungente. Entenda (G. De Santi), um dueto com a participação de Marcelo Delacroix e cordas de Vagner Cunha, um inusitado e autêntico bolero/samba-canção. Por aqui (Moisés Westphalen/G. De Santi), uma "chanson" bucólica de influência franco-hispânica e acordeon imprescindível de Matheus Kleber. Canção do Sol (G. De Santi) canção bossa de pura leveza e simplicidade.

Gisele na sua formação artística-musical talvez tenha bebido de Gal Costa, Marisa Monte, Maria Bethania, Elis Regina, Caetano Veloso, Vitor Ramil, Edith Piaf, Nina Simone, Djavan, Vanessa da Mata, Chico Buarque, Clara Nunes, Tom Jobim e Zizi Possi. Mas no entanto... ela é Gisele de Santi.

Sua musicalidade seguramente será consolidada com o devido tempo na história da Música Popular Brasileira.

Apreciem-na como a um vinho... porém sem moderação!

Onde? http://www.giseledesanti.com.br/

Leo Jesus, setembro/2010.

Pedalando por uma vi(d)a melhor !

www.massacriticapoa.wordpress.com

Dia Mundial do Rock

Bela charge com referência ao Dia Mundial do Rock nesses tempos pós-modernos estruturalistas !

por www.rafaelcartum.blogspot.com

Existencialismo

Meu ser vive na noite e no desejo.

Minh'alma é uma lembrança que há em mim.

Fernando Pessoa.

RESPOSTA AO FIM

Que mundo é este em que foste parar
Tão fundo, tão imundo
Tão febril, tão sutil

A vida em algum segundo irá se acabar
A alegria e a tristeza são respostas
Tão frias, tão simples
De não se encontrar

E se toma a bebida em resposta a ferida
Embora contida lá se vai nossa vida
Sem termos amado em seguida

Que mundo é este em que foste parar
Não irá se encontrar, irá se gastar
Para enfim tua sorte, tua morte
Convidá-lo à dançar.

Leo Jesus, Porto Alegre-RS, 1999.