Tua foz é uma fossa
Teu leito é descaso, desrespeito e desafeto.
Hoje é turva e esgotada
Na Agronomia
Em tuas matas ciliares
Descartam-se resíduos laboratoriais
Da pesquisa científica do progresso!
No Vale te represaram
Formando uma lagoa onde flutuam
Espumas, plantas e plásticos aquáticos
As máquinas na avenida
Em teu longo caminho canalizado
Trabalham para desaterrar-te
Mas a natureza sábia realiza o contrário
Colonizando e evocando
A restauradora família das gramíneas
Em sua função poluidora
Não consegue recuperar o que destrói
Na tua eliminação e supressão
Até o momento
Parece consumado
Tanto pelo homem
Quanto pela natureza.