Vago mundo

Se mover? Vamo agora

Vaga estrada, vago mundo

Vem de braço, vamo junto

Inverto o tempo

Caminhando com você

Se perder? Resistir

Vencer a força da velha rotina

Vela firme, vento forte

Veleiro solto vai navegar

Se encontrar? Vamo embora

Vaga noite, vagalume

Vem de vereda alumiar o meu violão

We´ve been moving growing old

It´s been a long road, been a long time

At your side

A lovely time

Se mover, vamo agora

Vaga estrada, vaga vida, vago mundo...

Distante daqui

Como lanças apontando para o céu que anoitece

As palmeiras da praça me protegem dos astros distantes

Estão à caminho daqui

Estou à caminho de lá

Enquanto isso...

O caipira vai cuidando do rio

O  caiçara vai cuidando do mar

E eu de quem quero bem.

L.Jesus, PoA, setembro.2013

Trumanístico

O planeta é um palco

O sol vai devorando a matéria

Afetando, construindo e destruindo

A lua uma câmera oculta

Dentro dela alguém nos observa

Voyeurs da vida na terra

Que sabem que os livros são livres

Assim como os amantes.

L.Jesus, PoA  Julho.2013

Distância

Duas pessoas

separadas em duas mesas

Duas cadeiras vazias

Dois olhares cheios.

Delírio ou Lucidez

Laboratório: Universo

Experimento: Terra

Delírio do pensamento humano: Deus

Pesquisador: ?

Leo Jesus, maio.2013

Paisagem

Pampa, poesia, um poema

Planeta planta um pulmão

Paisagem não planejada

Semeia poesia e depois da chuva

Espera brotar...

Sem pressa vai lá colher o teu poema

Divagar sobre o teu poema

Sem pressa vai lá colher o teu poema

Devagar pra degustar

Paisagem não planejada

Pampa, poesia, um poema

Porto Alegre/RS ~Abril,2013.

2083, um sonho futuro

... Na janela de um apartamento avistando a praia me preparo para sair e surfar. Desço as escadas de granito negro até a porta de um edifício velho e ainda imponente. 

Entro ao mar remando na prancha à espera de uma onda em alguma praia da orla de alguma cidade litorânea estupidamente mal projetada. A beira da praia acabava em cima do passeio público. 

                

Estava logo ali adiante, próximo ao ano de 2083. 

Muitos disputavam as ondas, talvez uns cem, num fim de tarde quente e cinzento, porém espetacularmente lindo...

Rumo Zen

A tarde azul acinzenta
um bando de pássaros ruma ao sul
um bando de gente ruma ao leste

Tótens de concreto
encravados na areia
escondem o mar das montanhas

Na atlântica floresta suprimida
tatuíras e baratas
degustam o esgoto

A noite em lilás
mais um bando de pássaros ruma ao sul
mais um bando de gente ruma ao leste

Quem sabe haja sorte rumo ao norte
talvez a peste rumo ao oeste

B.Camboriú ,28dez2012.