terça-feira, 22 de março de 2011

Pequeno Paraíso


Eu caminhava pela rua

O céu leve e cintilante

A cidade em ruínas

De esquina em esquina

Meus passos me levavam inseguros

Para algum lugar seguro

Onde nunca havia estado

Avistei um grande beco à direita

Havia uma sólida e velha mesa de madeira

Com algumas garrafas de vinho tinto fechadas

Me sentei na mesa

Olhei ao redor

Sobre mim o céu ainda leve cintilava

Pouco a pouco amigos começavam a chegar

O instante tornava-se aprazível

Uma porta entreberta no muro me observava

Fui até ela, empurrei-a e nós todos passamos

Do outro lado uma imensa e cristalina praia

Entramos com o desejo de não querer sair

Ondas lentas quebravam à esquerda nas pedras

A cidade em ruínas...

O vinho tinto diluia o sangue e fluia

O universo permeável concentrava a energia e se expandia...

Num pequeno paraíso.


Leo Jesus, março/2011.